O crescimento económico a ocorrer este ano é o mais baixo dos últimos 15 anos e reflecte a quebra da despesa do governo, a quebra do investimento directo estrangeiro decorrente de um fraco ambiente de negócios e a quebra da produção agrícola na sequência de perturbações climatéricas.
A EIU afirmou esperar que a partir de 2017 tenha lugar uma aceleração gradual do crescimento económico, à medida que a estabilidade macroeconómica melhora e a confiança dos investidores recupera mas adiantou que esse crescimento, a uma média de 5,1% no período de 2017 a 2020, ficará longe da média de 7,2% da década anterior.
A produção de carvão manter-se-á um factor-chave para o crescimento, devido ao esperado aumento dos preços do minério entre 2017 e 2018, a procura robusta por parte da Índia e dos esforços das empresas mineiras para reduzirem os respectivos custos de funcionamento.
A EIU menciona o risco associado ao agravamento das condições de segurança nas regiões mineiras de Moçambique, bem como perturbações na rede logística que permite o escoamento de carvão e de outros minérios, mas adiantou deverem as empresas mineiras manterem-se empenhadas nos respectivos projectos.
A produção agrícola deverá retomar em 2017 à medida que esmorecem os efeitos do El Niño mas o crescimento manter-se-á baixo devido à baixa produtividade das explorações familiares, na sua maior parte de subsistência e aos baixos preços associados às principais culturas de rendimento, açúcar, chá e algodão.
A inflação, que em Junho se cifrou em 19,7% em termos homólogos, deverá manter-se elevada, devido à rápida desvalorização da moeda moçambicana face às principais divisas, prevendo a EIU que encerre o ano em curso a 17,1%, o valor mais elevada em mais de uma década.
O investimento ou formação bruta de capital fixo deverá ser negativo este ano, com uma taxa de -1,2%, antes de voltar a subir para 0,5% em 2017 e 2,9% em 2018 e para valores entre 11,2% e 11,6% nos anos de 2019 e 2020.
Fonte: Macauhub